Responsável por devolver US$ 100 milhões atribuídos ao ex-governador Sérgio Cabral (PDMB), o doleiro Renato Chebar afirmou nesta quarta-feira (28) que o esquema do peemedebista “era dez vezes maior”. “O esquema era muito maior. Eu era uma célula dentro do contexto muito maior. O esquema era dez vezes maior”, disse o doleiro ao juiz Marcelo Bretas. Foi a primeira vez que os doleiros, responsáveis por administrar o dinheiro de Sérgio Cabral no Exterior, falaram à Justiça Federal. Eles depuseram no processo que apura o pagamento de propina de US$ 16,5 milhões pelo empresário piramista bilionário de papel Eike Batista. Questionado por Bretas se Sérgio Cabral tratava da movimentação de dinheiro no Exterior com algum constrangimento, Chebar disse que não. “Era natural. Era um negócio”, disse ele. Renato e o irmão, Marcelo Chebar, reafirmaram as declarações dadas em colaboração premiada ao Ministério Público Federal. Disseram que passaram a prestar o serviço ao peemedebista Sérgio Cabral desde 2000 até 2016. Ambos afirmaram que decidiram delatar o esquema temendo desdobramentos da Operação Lava Jato. Numa das fases das investigações, a Polícia Federal apreendeu um extrato da conta Golden Rock, de Eike Batista, identificando o repasse para a Arcadia, dos irmãos Chebar. “Foi como uma espada sobre as nossas cabeças”, disse Renato. Cabral é acusado de cobrar 5{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} de propina nos principais contratos do Estado.