Em vídeo de 2003: Vereador Fabrício Lima recebendo propina do então diretor financeiro da CMM- Áureo Silva

Secretário da Sejel, Fabrício Lima, a família e a assessora, viajaram para o país árabe por conta do governo do estado.

Atletas classificados para o Abu Dhabi World Championship de Jiu-Jítsu reclamaram que o Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), não cumpriram com o prometido em fornecer passagens para a disputa da competição nos Emirados Árabes Unidos, deixando eles sem embarcar, o que não ocorreu com o secretário da Sejel, Fabrício Lima, a família e a assessora, que viajaram para o país árabe. A informação é do blog ‘Olhar Olímpico’, do site UOL Esporte.

Vinicius Reis é um dos atletas que não conseguiu embarcar. Segundo o blog, no domingo à noite, ele foi até o Aeroporto de Guarulhos (SP) para embarcar com o restante da delegação, mas foi deixado para trás, sob a alegação de que o governo árabe não lhe concedeu visto. Isso, porém, não foi problema para a família do secretário de Esporte do Amazonas, Fabrício Lima, que levou a mulher e duas filhas. Também conseguiu levar a assessora de imprensa, que consta no grupo como fisioterapeuta.

Segundo o blog, a viagem para o torneio de Jiu-Jítsu de Abu Dhabi é o primeiro convênio aprovado pelo Ministério do Esporte desde o encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio. Nele, a Sejel conseguiu a liberação de R$ 1,5 milhão para levar 90 pessoas para a competição, das quais 66 deveriam ser atletas. Na documentação apresentada ao ministério, de fato consta o nome de Vinicius, campeão da categoria até 85 kg na faixa-roxa.

A seletiva aconteceu em fevereiro, em Manaus, com a promessa do Ministério do Esporte de bancar a viagem, mas, segundo o blog, só na segunda-feira passada a Sejel começou a procurar os atletas pedindo a documentação para tirar o visto de entrada nos Emirados Árabes. No sábado, uma das duas pessoas registradas como técnicos da seleção, Antônio Carlos Farias, enviou o voucher da passagem São Paulo/Abu Dhabi a Vinicius e, pelo WhatsApp, prometeu entregar o visto ao lutador no aeroporto.

Em Guarulhos, a secretaria avisou que o visto não havia sido aprovado e a delegação embarcou sem Vinicius. Ele, porém, não é o único a reclamar. Rodrigo Feijão e os irmãos Erich e Alex Munis também publicaram textos nas redes sociais reclamando que não receberam as passagens. A mãe do campeão brasileiro de jiu-jítsu, Arcângelo Oliveira publicou um vídeo com desabafo em uma rede social.

Mel Cueto, lutadora de Santa Maria (RS), chegou a ir ao aeroporto de Porto Alegre, mas a passagem enviada para ela pela Sejel não chegou a tempo.

O blog disse ter recebido a informação de que o secretário Fabrício Lima também teria tentado incluir a mulher, Carolina, na viagem. Questionado, ele confirmou que ela está com ele em Abu Dhabi, assim como duas filhas, mas justificou que as passagens delas serão arcadas por ele. Fabrício afirmou que as passagens custaram em torno de R$ 4 mil – porém, o orçamento que ele apresentou para o Ministério do Esporte cotava o trecho São Paulo/Abu Dhabi/São Paulo em mais de R$ 9.000.

Questionado pelo blog sobre o nome completo da sua assessora de imprensa da secretaria – Nathalia Fonseca Silveira -, ele já foi se desculpando pelo fato de ela constar na “relação de recursos humanos envolvidos” enviada ao Ministério do Esporte no setor de fisioterapeutas, junto com Francisco de Assis Batista Coelho, que de fato é fisioterapeuta.

Na planilha, a Sejel explica que são necessários dois fisioterapeutas por causa da “quantidade de atletas e lutas simultâneas”. Segundo Fabrício, houve um erro de digitação.

Vídeo

O vídeo é antigo, mas aconteceu. Em 2003, o já vereador Fabrício Lima é filmado recebendo grande quantia em dinheiro e colocando a “pacoteira” nos bolsos do terno e calça (em 10:00 do vídeo). Bem parecido com o famoso Mensalão do DEM e do PT, que até dinheiro na cueca teve.

Aqui não afirmamos que é dinheiro de propina ou de origem ilegal, porém, é curioso um parlamentar receber qualquer tipo de benefício dessa forma. O único ganho que um eleito pode ter é o salário, que é depositado em conta corrente. Além disso, nada mais. É o que diz a Constituição Federal Brasileira.

Matéria no blog ‘Olhar Olímpico’, do site UOL Esporte