A Guiné Equatorial exige a restituição dos mais de 16 milhões de dólares em dinheiro e joias apreendidos pela alfândega na bagagem de uma delegação que acompanhava o filho do presidente do país, informou nesta terça-feira a televisão estatal (TVGE).
O ministro da Relações Exteriores da Guiné Equatorial, Simeon Oyono Esono Angue, considerou que a apreensão foi “um comportamento inadequado e hostil” e “exigiu” que a soma seja devolvida ao vice-presidente Teodorin Nguema Obiang Mangue, de acordo com TVGE.
“O vice-presidente estava em uma viagem particular no Brasil e todos os viajantes internacionais estão sujeitos às regras nacionais aeroportuárias, onde os serviços de alfândega e da polícia fazem o seu trabalho”, declarou à TVGE o embaixador do Brasil em Malabo, Evalde Freire, que foi convocado pelo chanceler na segunda-feira.
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A lei brasileira proíbe a entrada no país sem declaração de uma quantidade de dinheiro em espécie superior a 10.000 reais.
Na sexta-feira, a Polícia Federal apreendeu no aeroporto de Viracapos, em Campinas, cerca de 1,5 milhão de dólares em dinheiro em uma mala e relógios de luxo no valor de cerca de 15 milhões de dólares de em outra.
Teodorin Nguema Obiang Mangue, vice-presidente da Guiné Equatorial e o filho de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder há 38 anos, faziam parte de uma delegação de 11 pessoas que chegou a bordo de um avião particular.
A delegação não estava em missão oficial, então apenas Obiang tinha imunidade diplomática.
Para os outros membros, os agentes procederam com a revista das bagagens, enquanto o vice-presidente esperava em um carro, ao lado do aeroporto.
Segundo uma fonte diplomática citada pelo jornal Estado de São Paulo, Obiang trouxe esta grande quantidade de dinheiro para pagar um tratamento médico ao qual seria submetido em São Paulo. Os relógios, entretanto, seriam para uso pessoal.
Condenado em outubro de 2017 a três anos de prisão sob sursis na França por lavagem de dinheiro, Teodorin Nguema Obiang Mangue, já visitou o Brasil várias vezes.