O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) Jalser Renier (SD) é alvo de operação do Ministério Público de Roraima (MPRR), nesta quarta-feira (2) em Boa Vista.Ele foi reeleito presidente da Casa na terça (1º) em chapa de oposição ao governador Antonio Denarium (PSL).
A ação, chamada de Royal Flush, investiga crimes de fraudes em processos licitatórios, contratos administrativos, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de Justiça em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Nacional (FN). São cumpridos nove mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens.
Segundo o MPRR, também são alvos da operação a mulher de Jalser, Cinthya Gadelha Cristino Pontes Thomé; Vanila Wanderley Gadelha; Carlos Olímpio; Elísia Martins e Anacleto Martins, além das empresas C.V. Derivados de Petróleo – Auto Posto Princesa Isabel e Martins e Padilha Serviços Ltda.

Acompanhe o Blog do Pávulo no Facebook Twitter Instagram
Em Itacoatiara: Prefeito Antônio Peixoto faz manobra mirabolante pela sua sobrevivência política
Em nota, a Superintendência de Comunicação da Ale-RR informou que “atendeu ao cumprimento de decisão judicial de busca e apreensão de documentos relacionados a processos administrativos”, mas que a documentação data de 2013 a 2014 e que já estava em posse do MPRR “desde meados de 2016”.
Um dos advogados de defesa de Jalser também foi procurado, mas não quis se manifestar. A reportagem tenta contato com a defesa dos demais envolvidos.
Segundo o MPRR, as medidas judiciais cumpridas na Royal Flush – nome que faz alusão ao melhor lance do jogo de poker – foram autorizadas pelo magistrado Luiz Fernando Castanheira Mallet, do Tribunal de Justiça de Roraima.
Logo no início da manhã, policiais foram à casa de Jalser no bairro Canarinho, zona Leste da cidade. Eles interditaram o tráfego em frente à residência e bloquearam os três portões da casa. Os agentes também entraram na residência e por volta das 11h30 usaram caminhões guinchos para levar UTVs do local.
O vice-presidente da Ale-RR Jânio Xingu (PCB) foi ao endereço, mas, segundo os policiais que estavam no local, não conseguiu entrar porque só advogados podem ir até a residência.
“Estou aqui porque sou vice-presidente da Assembleia. É um direito meu acompanhar a operação”, afirmou ao G1. Ele negou que tenha sido impedido de entrar na casa de Jalser. “Não estou sabendo de nada”.
Policiais também estiveram no prédio da Assembleia Legislativa, no Centro Cívico da capital, e bloquearam as entradas e saídas com viaturas. Eles saíram carregando sacolas.
Investigações
Conforme o MPRR, a operação Royal Flush está relacionada a outra operação já feita no Legislativo, a Cartas Marcadas que levou à condenação de 10 pessoas, incluindo ex-servidores da Ale-RR por desvios em licitações.
No decorrer das investigações foram coletados indícios de pagamentos irregulares ao parlamentar. A suspeita foi levantada a partir de delação premiada e de apreensão de documentos.
“A partir de então foram realizadas diligências complementares, bem como postuladas medidas cautelares da quebra de sigilo bancário e fiscal pelo MPRR, que apontaram movimentações financeiras atípicas por parte do deputado estadual e demais investigados”, diz comunicado do MPRR à imprensa.
Ainda conforme o MPRR, Jalser também é investigado pela prática do crime de obstrução de Justiça, uma vez que ele buscou informações nos órgãos de controle sobre a existência de eventual mandando de prisão expedido contra ele”.
Em outubro de 2016, Renier foi preso por envolvimento no caso que ficou conhecido como “Escândalo dos Gafanhotos“. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação e, em fevereiro 2017, o parlamentar foi solto.