‘Operação Ragnatela’ mira maior facção de MT, que teria lavado dinheiro em casas noturnas de Cuiabá

Segundo a PF, os suspeitos atuavam na gestão de casas noturnas em Cuiabá e realizavam shows de cantores nacionais, que eram pagos com dinheiro da facção criminosa que atua em MT

Cuibá – MT: A Ficco-MT (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) deflagrou a ‘Operação Ragnatela’, que contou com 400 policiais para cumprir mandados contra o Comando Vermelho, maior facção criminosa de Mato Grosso, que usava casas noturnas de Cuiabá para realizar lavagem de dinheiro.

 

Lavagem de dinheiro de facção criminosa

 

Foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão em Mato Grosso e no Rio de Janeiro, expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.

Também fizeram parte das ações o sequestro de nove imóveis e 13 veículos, além de bloqueio de 68 contas bancárias.

Também fizeram parte das ações o sequestro de nove imóveis e 13 veículos, além de bloqueio de 68 contas bancárias.

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(Foto: PFR)

Segundo a Polícia Federal, dois servidores públicos, que estariam envolvidos no esquema, foram afastados e tiveram suas atividades suspensas.

As equipes policiais ainda tiveram apoio da Ciopaer (Centro Integrado de Operações Aéreas), Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), da Polícia Militar e de uma força-tarefa do Ministério Público Estadual.

Policiais da Ficco identificaram que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá e realizavam shows de cantores nacionalmente conhecidos nesses locais. Tudo era pago, segundo a polícia, pela facção criminosa que atua em Mato Grosso, com apoio de ‘promoters’ dos estabelecimentos.

Ainda segundo a Ficco, as investigações apuraram que os suspeitos repassavam ordens para não contratar artistas que, supostamente, teriam ligações com outras organizações criminosas nos Estados.

A facção de Mato Grosso contava com apoio de agentes públicos que seriam responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows. Segundo a polícia, eles recebiam benefícios financeiros por isso.

Celulares em presídios

Além da lavagem de dinheiro em casas noturnas, as investigações ainda apuraram que o grupo criminoso realizava um esquema para enviar celulares para presídios mato-grossenses.

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(Foto: PFR)

Eles ainda agiam para transferir lideranças da facção para locais com regras penitenciárias menos rigorosas, para facilitar a comunicação dos presos com os integrantes do grupo que estavam em liberdade.

No último sábado (1º), dois dos principais alvos da operação foram presos pela Polícia Federal ao desembarcarem em um aeroporto do Rio de Janeiro, utilizando documentos falsos e com uma grande quantia de dinheiro em espécie e joias. Um deles é considerado o principal líder da facção criminosa investigada.

JOIAS OPERACAO RAGNAR FACCOES DE MT
(Foto: Polícia Federal)

A Ficco é coordenada pela PF (Polícia Federal) e formada pelas polícias Judiciária Civil, Militar e Penal.