Possível fator decisivo, Rosa Weber vota contra prisão após segunda instância

Placar é de 3 a 2 para que condenados em segundo grau permaneçam livres antes de se esgotarem todas as possibilidades de recursos

A ministra do Supremo Tribunal (STF), Rosa Weber, votou contra prisão após segunda instância, acompanhando o ministro relator Marco Aurélio. Ela é considerada um fator decisivo para o resultado do julgamento. Até agora o placar está em 3 a 2 para que condenados em segundo grau permaneçam livres antes de se esgotarem todas as possibilidades de recursos no STJ e no STF.

Rosa é a favor do trânsito em julgado, mas nos últimos julgamentos vinha se manifestado de acordo com o atual entendimento do Supremo, que diz que condenados já devem cumprir a pena após o segundo grau jurisdicional. Essa é considerada a principal bandeira da Lava Jato e, nesta tarde, a hashtag #RosaVoteSim foi um dos assuntos mais comentados no Twitter brasileiro.

Em suas primeiras observações, Rosa elogiou os votos dos ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. Ambos votaram a favor da prisão após segunda instância.

A seguir, a ministra começou a fazer uma retrospectiva de casos semelhantes ao que está sendo julgado hoje, citando emendas rejeitadas durante a formulação a Constituição de 1988. Essas emendas previam um abrandamento do conceito de presunção de inocência. “Constituinte optou por consagrar a presunção de inocência e a fazer com fixação de marco”, afirmou Rosa.

Rosa Weber é considerada discreta e fala pouco em público, se limitando a fazer suas manifestações somente em autos. Na leitura de seu voto hoje, ela já disse que “não alterei meu entendimento quanto ao tema de fundo”, o que indicou que ela votaria a favor do fim da prisão em após segunda instância. “Minha leitura consititucional sempre foi e continua sendo exatamente a mesma.”

“Qualquer que seja a sua justificativa, o encarceramento é a própria negação da liberdade”, afirmou diz Rosa Weber, citando a professora e filósofa norte-americana Angela Davis.

Por conta da duração do voto, Rosa disse que ficou “constrangida”. “Talvez por ser muito longo é que não fique muito claro”, disse. Ela falou por mais de uma hora e meia.

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