Há 20 anos, o economista paulista Paulo de Tarso Venceslau, ex-militante da organização terrorista ALN e um dos membros do grupo que sequestrou o embaixador americano Charles Ellbrick, denunciou que o compadre de Lula, o advogado Roberto Teixeira, e seu irmão, Dirceu Teixeira, usavam o bom trânsito no PT para recomendar a prefeitos do partido a contratação da Consultoria Para Empresas e Municípios (CPEM). Paulo de Tarso Venceslau tinha sido secretário da Fazenda em administrações petistas na década de 1990, o advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seu irmão. As prefeituras petistas de Santo André (SP), Diadema (SP) e Betim (MG), entre outras, contrataram a empresa mas suspenderam os contratos entre 1992 e 1993 diante de suspeitas de sobrepreço e fraudes investigadas pelo Ministério Público Estadual de São Paulo.
Hoje o escritório de Roberto Teixeira, por meio de seu genro, o criminalista Cristiano Zanin Martins, é um dos responsáveis pela defesa de Lula nas investigações sobre o tríplex do Guarujá e o sítio dee Atibaia. Na época, a denúncia de “PT” (como era e ainda é conhecido Paulo de Tarso Venceslau) provocou a criação de um comissão especial de averiguação criada pela direção do partido. Essa comissão foi formada por três pessoas: José Eduardo Cardozo (ministro da Justiça do governo da mulher sapiens petista Dilma Rousseff), o promotor aposentado Hélio Bicudo e o economista Paul Singer (fundador do PT, pai de André Singer, que foi porta-voz do poderoso chefão da organização criminosa petista, Lula, na Presidência da República). A tal comissão concluiu que “parece provável que Roberto Teixeira possa ter se valido, de forma pouco ética, da amizade com Lula”. O texto do relatório final falava em “abuso de confiança”. “Entre a defesa da empresa que gerou renda para seu irmão e presumivelmente para si e o interesse público e partidário, Roberto Teixeira optou pela primeira”, concluiu a averiguação petista, que recomendou abertura de Comissão de Ética para avaliar o compadre de Lula. Paulo de Tarso Venceslau acusou a CPEM de repassar parte dos recursos para o PT, “uma vez que a empresa contribuísse legalmente para o partido ‘a origem dos recursos não seria ilegal’”. A comissão não comprovou a denúncia mas o esquema relatado por Paulo de Tarso Venceslau é semelhante ao que a Lava Jato revelou. Todas as ações movidas pelo Ministério Público Estadual de São Paulo sobre contratos da CPEM com prefeituras petistas foram rejeitadas pela Justiça. O Ministério Público Estadual também rejeitou as suspeitas envolvendo Roberto Teixeira. Em 1997 o diretório nacional do PT, cuja maioria sempre foi ligada a Lula, rejeitou o relatório da comissão de averiguação. Segundo Roberto Teixeira, a comissão tinha agido por “interesses partidários individuais”. O único punido foi Paulo de Tarso Venceslau, o PT, expulso do partido sob acusação de caluniar integrantes do partido. Um dos autores do relatório que pediu a expulsão de Venceslau é o deputado Vander Loubet (PT-MS), denunciado pela Procuradoria-Geral de Justiça perante o Supremo Tribunal Federal por corrupção no esquema apurado pela Lava Jato. Expulso do PT em 1998, o economista e ex-secretário de finanças da prefeitura de São José dos Campos, Paulo de Tarso Venceslau, afirmou à CPI dos Bingos, lá no início do escândalo do Mensalão, que o poderoso chefão da organização criminosa petista e residente Lula, quando presidente do PT, conhecia o esquema de arrecadação de recursos de caixa dois em São Paulo. Paulo de Tarso Vasconcelos afirmou que a estratégia de arrecadação de recursos não-contabilizados em São José dos Campos envolvia a Cpem (Consultoria Para Empresas e Municípios), que prestava serviços para a prefeitura, e era operada pelo compadre do presidente Lula, Roberto Teixeira, e por Paulo Okamotto, que não tinha cargo na direção do partido. “Pelo volume de dinheiro envolvido, é muito difícil que o presidente do partido e hoje presidente do País desconhecesse o esquema de arrecadação de recursos. É impossível que quem conheceu o ‘miserê’ sic que o PT viveu não soubesse como apareceram tantos recursos”, afirmou Paulo de Tarso Venceslau. No depoimento à CPI dos Correios, Paulo de Tarso Venceslau afirmou que Okamotto, presidente do Sebrae no regime petista e hoje presidente do Instituto Lula, tinha a função informal de ser o arrecadador de recursos, uma espécie de tesoureiro informal. “Ele está mais para Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) do que para Marcos Valério. Ele circulava pelas empresas que prestavam serviços à prefeitura, arrecadando dinheiro não contabilizado”, disse. Paulo de Tarso afirmou que, por conta das denúncias apresentadas em 1997 a Lula, então presidente do PT, foi demitido do cargo de secretário da Fazenda da prefeitura de São José dos Campos e expulso do partido por influência de Lula, o qual teria dito que só permaneceria no partido se Paulo de Tarso fosse expulso. “Ele disse ou ele ou eu”, afirmou o depoente. “O Frei Beto me disse que se o Lula visse alguém me defendendo ou conversando comigo, mandaria cortar a cabeça no partido”, acrescentou Paulo de Tarso Venceslau. O ex-terrorista da ALN e uma das figuras mais importantes do PT na primeira década da existência do partido, tornou-se o dono do jornal Contato, em Taubaté, no interior de São Paulo.