Nova fase da Lava Jato investiga propina de R$ 200 milhões e elo com MDB

De acordo com a PF, o pagamento recursos para agentes públicos e políticos seguiu uma forma de agir verificada em outras fases da operação. #Blogdopavulo

A 51ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (8), investiga propina de R$ 200 milhões e elo com MDB.

Policiais federais cumprem 23 mandados judiciais. São quatro mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 17 de busca e apreensão.

Os mandados de prisão são contra três ex-funcionários da Petrobras e três operadores financeiros, um deles um agente que se apresentava como intermediário de valores destinados a políticos vinculados ao então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), atual MDB.

Leia Mais:

Barroso prorroga por mais 60 dias investigações contra Temer

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), propina foi paga entre 2010 e 2012. Foram pagos, na época, US$ 56,5 milhões. Atualmente, o valor equivale a R$ 200 milhões.

As vantagens indevidas estão relacionadas a um contrato fraudulento de mais de US$ 825 milhões, firmado em 2010 pela Petrobras com a construtora Norberto Odebrecht, segundo o MPF.

Déjà Vu

Esta nova etapa foi batizada de Déjà Vu, ocorre em três estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

O objetivo, de acordo com a Polícia Federal (PF), é reunir elementos que provem a prática de corrupção, associação criminosa, fraudes em contratações públicas, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

Os presos vão ser levados à Superintendência da PF, em Curitiba. Até a publicação desta reportagem, não havia sido informado quantas pessoas foram presas, nem os nomes dos alvos dos mandados.

O contrato

O contrato era para a prestação de serviços de reabilitação, construção e montagem, diagnóstico e remediação ambiental, elaboração de estudo, diagnóstico e levantamentos nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde para a estatal em nove países, além do Brasil.

Conforme MPF, as provas apontam que o contrato foi direcionado para a Odebrecht dentro da Petrobras. As investigações mostram, ainda, dois núcleos de recebimento: funcionários da estatal e agentes que se apresentavam como intermediários de políticos vinculados ao MDB.

As investigações

Segundo a PF, as investigações apontam a obtenção de contratos por parte de grupo empresarial junto à Petrobras. Os valores era superfaturados por meio de pagamento de vantagens indevidas à executivos e gerentes da Petrobras.

Ou seja, a estratégia, conforme a PF, repete o que já foi revelado anteriormente pela Lava Jato.

As investigações também indicam que parte dos recursos pagos indevidamente pelo Grupo Odebrecht para a obtenção do contrato investigado nesta etapa da operação foram destinados a agentes públicos e partidos políticos.

Pagamento de recursos

De acordo com a PF, o pagamento recursos para agentes públicos e políticos seguiu uma forma de agir verificada em outras fases da operação.

Houve o pagamento de uma porcentagem dos contratos obtidos pela empresa para agentes públicos e políticos por meio de offshores e a movimentação de dinheiro no país por meio de operadores financeiros.

Onde há mandados judiciais

Rio de Janeiro (RJ)

  • 3 mandados de busca e apreensão
  • 1 mandado de prisão preventiva
  • 1 mandado de prisão temporária

Parati (RJ)

  • 2 mandados de busca e apreensão
  • 1 mandado de prisão preventiva

Niterói (RJ)

  • 2 mandados de busca e apreensão
  • 1 mandado de prisão preventiva

Miguel Pereira (RJ)

  • 1 mandado de busca e apreensão
  • 1 mandado de prisão preventiva

Jacuecanga (RJ)

  • 1 mandado de busca e apreensão

Petrópolis (RJ)

  • 1 mandado de busca e apreensão
  • Duque de Caxias (RJ)

    • 4 mandados de busca e apreensão

    Areal (RJ)

    • 1 mandado de busca e apreensão

    Vitória (ES)

    • 1 mandado de busca e apreensão

    Guaratinguetá (SP)

    • 1 mandado de busca e apreensão
    • 1 mandado de prisão temporária